Passou rápido.
Recentemente fez 1 ano que decidi largar tudo que eu tinha (e algumas das coisas que eu poderia ter) pra viver aquilo que Deus já havia planejado antes do meu nascimento.
Parece clichê e até espiritual demais, mas é verdade. Hoje sei que cada detalhe do meu passado – esteja eu ciente dele ou não – é parte de um quebra cabeças que está, segundo a vontade de Deus, se completando dia após dia.
Ninguém, e afirmo com toda certeza do mundo, deseja distância daqueles a quem ama. O desafio é que amar a Deus sobre todas as coisas requer de nós alguns sacrifícios as vezes.
Existem desejos e pensamentos que permanecem pelo caminho e até tentam ser um motivo suficientemente bom pra nos fazer voltar: a saudade de casa, de alguns amigos e até mesmo de um diploma, mas ainda há a que prevalece: continuar cumprindo o propósito de Deus para Sua noiva, através da arte ou do que quer que seja, pelo tempo que Ele desejar. Ver a salvação manifesta e a expansão do Reino faz-nos reajustar prioridades tão enraizadas em nós. Ide!
Aprendi a ser mais sincera: comigo e com Ele. Nas minhas vãs tentativas de demonstrar minhas verdades ou manipulá-lO com minhas esfarrapadas desculpas, percebi que a única enganada era eu. Não posso tentar mentir maquiando minhas reais intenções praquele que conhece (e é) a Verdade.
É o Espírito Santo que ao mesmo tempo em que me convence de que já fui muito longe, também me ensina que ainda existem muitos começos. Aprendi a dar um passo de cada vez porque quase sempre vivemos numa corda bamba. Precisamos de cuidado pra não desaprender o essencial.
Optar pela renúncia e ser missionária nunca fez de mim uma santa ou imune ao pecado, pelo contrário, me tornou ainda mais consciente daquilo que faço e de suas consequências. Como já disse Brennan Manning, também não me transfigurei num anjo. Preciso melhorar e muito, todo dia. Ainda sou uma pecadora dependente da Graça: a mesma que bastou a Paulo e que tenho aprendido a fazer bastar a mim também.
Lembro de cada ‘chantagem’ nova e pedido pros meus pais: “Só mais alguns meses, deixaaa?” ou da pergunta de cada amigo: “E aí, volta quando?”
Encerro com a mesma resposta simples, direta, clichê e ainda mais verdadeira: Deus é quem sabe.
(Isadora Bersot)