A maioria de nós já sofreu algum tipo de traição (amorosa, profissional, amizades) e provavelmente a primeira coisa que te veio a cabeça foi sobre fazer justiça com as próprias mãos – vingança. Quando injustiçados ou traídos, temos a tendência de “lamber nossas feridas” relembrando dores, ou mesmo, no extremo, desejando mal pra quem nos feriu. Queremos ser honrados pela injustiça que sofremos.
Talvez você que lê esse texto hoje tenha sido o traidor. Possivelmente você manipulou pessoas, encobriu mentiras, pisou em amigos para mudar de cargo na empresa ou mesmo tomou de alguém algo que não te pertencia. Talvez você tenha ludibriado amigos pra favorecer a si mesmo ou plantou uma discórdia ou levantou falso testemunho contra o outro.
Independente do que você fez ou daquilo que te fizeram, o Evangelho nos ensina algo: ambos – traído e traidor – precisam da Graça. Não se trata de merecimento, mas de necessidade. Erramos quando magoados achando que somos dignos dela (graça) quando deveríamos almejar que a salvação também fosse estendida ao nosso “amigo“, como diria Jesus a Judas ainda que ciente de tudo que se sucederia. Erramos quando magoamos alguém achando que somos superiores, colocando nossas necessidades a frente do nosso próximo.
Eis a boa notícia: Cristo morreu por todos. Isso inclui vítimas e assassinos, pedófilos e inocentes, traídos e traidores, eu e você. O Evangelho da Graça dignifica o pior dos homens através do sangue de Jesus que transforma pecadores em filhos. E não é porque o seu pecado é diferente do meu que eu não preciso da Graça. Nada é tão difícil que não possa ser mudado pelo poder sobrenatural e surpreendente do Espírito Santo.
Por perspectivas humanas, pra muitos de nós não existiria redenção; muitos problemas ficariam sem solução e muitas injustiças seguiriam sem quaisquer punição. Por perspectivas eternas, qualquer um (mediante aceitação do sacrifício de Cristo e arrependimento de pecados) pode adentrar pelos Portais do Paraíso.
Aos feridos, afirmo: vocês são amados.
Aos traidores, digo: ainda há uma chance.
(Isadora Bersot)