Leia o Salmo 73.
A Bíblia repete algumas vezes um alerta para que não invejemos os ímpios. Além do Salmo citado, Provérbios 24:19-20 diz o seguinte:
“Não se aborreça por causa dos maus, nem tenha inveja dos ímpios, pois não há futuro para o mau, e a lâmpada dos ímpios se apagará”.
Pergunto: e quando, ao examinarmos o nosso coração, descobrimos que há nele inveja do JUSTO? Do crente? Do irmão que partilha a mesma fé e se assenta na mesma mesa? Não seria caso tão grave quanto a inveja dirigida ao ímpio?
Sabemos que o coração é enganoso, e ao permitirmos que esse sentimento encontre espaço nele, acabamos por abrir mão do que o Criador planejou pra nós. Isso porque, fazendo isso, declaramos (ainda que sem palavras) que desejamos o que não foi concedido a nós possuir naquele momento. E que talvez nunca seja.
Creio que um dos males de nossa geração seja a comparação: vemos um cantor que faz sucesso e é honrado, enquanto seguimos no anonimato. Vemos pregadores espalhando mentiras, mas tendo dinheiro, fama e grandes platéias. Vemos escritores ganhando renome em cima de obras inúteis. E, por isso, olhamos para as nossas mãos e os nossos frutos e consideramos viver uma injustiça. Queremos o que outros têm, exigindo uma honraria que não é concedida aos “profetas de casa”.
Há quem esteja na “crista da onda” do sucesso terreno, mas que talvez jamais experimente a plenitude de uma alma completa apenas pelo Cristo.
Meu desejo é que a gente se meça pelo padrão divino, por aquilo que Ele traçou antes mesmo do nosso primeiro choro após o nascimento. Primeiramente à formação das nossas células. Saber que caminhamos no que foi proposto a nós, por Ele, sem pressa, fazendo bastar cada dia o seu mal e sendo espalhados no tempo e pelo vento do Espírito, nos dá o entendimento necessário para que tenhamos um coração grato, e desfrutemos totalmente do que o Eterno projetou para nós. Certamente não há coisa melhor do que viver a agenda do Céu.
(Isadora Bersot)