#Palavras do Pai

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça #215

Estudiosos concordam que o autor do livro de Atos é Lucas, companheiro do apóstolo Paulo, sobre o qual falaremos depois. Hoje, parte do versículo que se segue viralizou com uma foto da Parada Gay em SP. Vi diversas montagens dela em contraposição à imagem do atual presidente do Brasil fazendo o gesto de arminha na Marcha pra jesus. Decidi, então, escrever sobre isso.

“Agora, pois, estamos todos presentes diante de Deus, para ouvir tudo quanto por Deus te é mandado. E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; Mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo”. Atos 10:33-35

O não fazer acepção significa que Deus não tem predileções. Quanto a isso, ok. Só que aquele “mas” ali revela algo importante: Deus não rejeita absolutamente ninguém, mas são poucos os que agradam o Seu coração. Não ser rejeitado não é sinônimo de ser agradável.

O apóstolo Paulo, esse companheiro de Lucas, é autor da primeira carta aos coríntios. No capítulo 6, ele faz uma pequena enumeração daqueles que não herdarão o reino dos céus, começando pelos injustos e terminando com os roubadores. Trazendo para a nossa realidade, isso quer dizer que ainda que o adultério seja liberado no Brasil, ele seguirá provocando repulsa a Deus. Se um dia a injustiça se tornar lei (embora já seja uma prática), seguirá sendo pecado. E todo aquele que comete tais pecados, ou qualquer outro não listado, demonstra separação do Pai.

Aí eu pergunto: faz sentido uma pessoa que não crê em Deus se sentir ofendida pelo que Ele instituiu como pecado? Faz sentido um ladrão se incomodar com o fato de que o que ele faz desagrada ao Criador? Faz sentido esse mesmo ladrão, ao ser alertado, dizer que “o Deus que ele conhece não faria tal coisa”? Como se conhece Deus? Primeiramente, através da Bíblia. Existem muitos deuses no mundo em diversas religiões, mas o Deus cristão só se faz conhecido a partir da Sua Palavra. Dizer “o deus que eu conheço não faria isso“, ainda que o “isso” esteja explícito biblicamente, sugere apenas duas coisas: a primeira, que não se conhece o Deus da Bíblia; a segunda, que o deus que se conhece é outro.

Enquanto cristã, a partir do momento em que identifico uma prática maligna em minha própria vida, eu não posso confrontar a Bíblia tentando dar um jeito de santificar meu pecado. Sou eu que preciso me adequar ao que ela instrui, não ela a mim. Claro que é preciso estudo e boa teologia para não usar a Palavra como pretexto ou mesmo fazer interpretações erradas. É importante lembrar que a Bíblia não existe (nem nunca existiu) para balizar nossas ideologias ou para dar suporte às nossas convicções humanas. Ela também não existe para tranquilizar nossa consciência a respeito do pecado.

Bom, diante disso tudo, é plausível afirmar que há um rompimento eterno e intransponível entre nós, pecadores, e Deus, perfeito e santo? NÃO.

A Bíblia se trata da boa nova do evangelho de Deus, a saber, que

“Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”. João 3:16-18

O que garante aos Filhos de Deus que terão vida eterna não são suas práticas, apenas, mas essencialmente a crença na salvação mediante o sacrifício vicário de Cristo que produz redenção a todos que identificam/reconhecem sua corrupção, buscam o arrependimento, encontram graça, perdão e seguem suas vidas procurando viver à semelhança de Jesus.

É fácil identificar os males dos políticos dos quais eu discordo e me colocar numa posição moralmente superior; tanto quanto seria comparar Deus ao diabo, por exemplo. Na realidade, nossa obstinação não deve ser em sermos melhores que os notadamente maus, mas sermos santos como Jesus é.

Repito: ser cristão é um desafio. Exige muito mais do que seríamos capazes de oferecer de bom grado. Por isso, contamos com a graça superabundante do Senhor. Os discípulos já questionaram: “Quem poderá, pois salvar-se?”. A resposta de Jesus é o que tranquiliza a alma, o corpo e o espírito do crente: “Aos homens é impossível, mas a Deus tudo é possível” (Mateus 19:25-26).

(Isadora Bersot)

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