“Bando de hipócritas”, “Raça de víboras”, “Sepulcros caiados”, “Condutores cegos”, “Insensatos”, “Serpentes”: esses foram alguns dos carinhosos e gentis vocativos pelos quais Jesus se dirigiu aos fariseus e escribas. No capítulo 23 de Mateus, vemos o Mestre fazendo uma longa exposição à multidão e aos Seus discípulos acerca do que tais doutores da lei faziam. Contudo, antes de enumerar suas críticas, Ele alertou:
“Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedeis em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam.” (Mateus 23:3)
Muitas vezes, criticamos uns e outros por pregarem o que não vivem e também condenamos a nós mesmos porque, em diversas ocasiões, agimos como quem criticamos: nosso discurso convence, mas nossa prática é pífia. Diante disso, o que posso dizer é: Jesus não calou a boca dos fariseus. Não os impediu de pregar. Não “arrancou o joio do trigo” à força.
Preocupado com os Seus e sabendo que eles seguiriam sendo atingidos pelas falas dos que criticava ferozmente, fez o mais sensato: aconselhou os que Lhe ouviam. Ensinou-lhes a filtrar o que recebiam dos fariseus e escribas e a aprender a separar a prática do discurso: esses homens poderosos eram condenáveis, mas não aquilo que diziam. Apesar de ser quem eram e agir como agiam, eles falavam corretamente das Escrituras. Se contextualizássemos o sermão de Cristo, seria como dizer: “Essa galera faz muita besteira e usa a Lei pra criar pesos desnecessários pra vocês, mas não deixem de escutá-los! Façam o que eles disserem, mas jamais ajam como eles agem”.
Até pro Cristo, era claro o abismo entre o discurso e prática. Ainda assim, Ele não censurou o que era dito por causa de quem pronunciava. Recebamos, então, tal discernimento. Nos atentemos aos discursos também. Tomemos cuidado a respeito dos mestres a quem damos ouvidos: Jesus já avisou que a cobrança aos que ensinam é bem maior (Tiago 3:1). O discurso persuasivo e a retórica potente podem ser instrumentos malignos na mão de Satanás. Esse é, inclusive, um possível desdobramento do cenário descrito em Mateus: haver os que que falam mentiras, mas que enganam por terem “boas práticas”. Esteja atento. Vivemos coisas muito semelhantes no cenário evangélico mundial.
(Isadora Bersot)
Que Deus continue lhe abençoando,lhe capacitando e falando ao teu coração para que conteúdos como este continuem a ser disseminados. Parabéns pelo blog e gloria a Deus pela sua vida!
Obrigada, João! Amém! Fico feliz de ter te abençoado 🙏