Quantos planos pro futuro, baseados em desejos do passado, não tiveram sucesso? Às vezes, fizemos “tudo certo”, mas acabamos vivendo o que não foi planejado, acabamos colhendo o que não semeamos. Quem sabe, todas as nossas previsões tenham ido por água abaixo. Erramos feio! Não por inocência, ingenuidade ou maldade, mas porque existem fatores incalculáveis, acontecimentos imprevisíveis. É… A gente não tinha como saber…
Contudo, olhando em retrospecto, repousados na graça divina, atestamos o óbvio: ganhamos muito mais do que merecíamos, ainda que muito menos do que desejávamos (seres insatisfeitos somos nós…). Queremos sempre mais, porém necessitamos, de fato, apenas do suficiente – daquela graça que basta, daquela força que se torna palpável na fraqueza.
Hoje, estamos aqui. Amanhã, quem sabe? Temos apenas o agora, esse instante fugaz, escorregadio, perecível. A despeito da nossa gana de permanência, somos como a neblina que passa, como o orvalho que desaparece com o raiar do sol, como aquela mariposa que existe por pouquíssimas horas. De repente, a vida escapa.
Mantenhamos, portanto, a finitude do presente sempre em vista, sem jamais nos esquecer de que esta existência é um portal e um vislumbre da eternidade. Nada vale a pena se não apontar para o Criador, porque, com Ele, até a morte é vida. Sem Ele, até a vida mais invejável é morte.
(Isadora Bersot)