Expectativas têm a ver com desejos, com sonhos, com o que existe no mais profundo do nosso coração (até com controle, embora não gostemos de admitir).
Elas têm relação com o que esperamos e buscamos. No entanto, são apenas projeções, não fatos concretos. É por isso que dói tanto vê-las frustradas! Poderia ser incrível se tivessem se realizado, mas inúmeras vezes somos obrigados a assumir, a contragosto: o que “experamos” não deu certo.
Esperar por algo é saudável, claro, nos ajuda a seguir sonhando nesse mundo carente de esperança. Contudo, esperar pode revelar uma face nociva: nossa mente, em se tratando de futuro, é capaz de pensar somente em coisas ruins, gerando muita ansiedade, tristeza e paralisia.
Os anseios que consideramos bons também podem revelar questões sensíveis, que nem sempre são expostas: muito do que chamamos “felicidade” se resume ao cumprimento das nossas vontades.
Mas quantas alegrias já nos pegaram desprevenidos pelo caminho?
Quanta bondade já não bateu à nossa porta?
Quanto auxílio divino já não repousou sobre nós?
Isso tudo sem que esperássemos por eles!
Bem, a vida não vai ser de novidade — boa — todo dia, e nem tudo que é novo é bom. Mesmo assim, em Cristo, somos capacitados a viver em novidade de vida (Rm 6.4). Isto significa que podemos, sim, enxergar cada dia singular como algo novo, e bom, e divino, e pujante, porque a ação do Espírito Santo torna a nossa existência nova todo dia.
Não viva em prol de ver suas expectativas supridas, mas com o objetivo de manter um coração contente e grato a despeito do cumprimento do que deseja.
Não vou dizer que não tenho sonhos e anseios, mas procuro não deixar que eles sejam o centro da minha existência. Do contrário, tadinha de mim, que viveria infeliz, e eu adoro sorrir!
(Isadora Bersot)